sábado, 7 de maio de 2016

Leicester City e o Campeonato Brasileiro: quantos clubes grandes sobreviverão no Brasil?


LEICESTER CITY E O CAMPEONATO BRASILEIRO: QUANTOS CLUBES GRANDES SOBREVIVERÃO NO BRASIL?

Nesta semana o Leicester City tornou-se campeão inglês de futebol. Um feito memorável que acredito logo-logo os ingleses tornarão filme. O grande feito do pequeno Leicester foi desbancar milionários como Chelsea, Arsenal, Liverpool e os dois Manchester’s (United e City), algo raríssimo de acontecer nas terras da rainha.

No início da temporada, os analistas esportivos ingleses apontavam seus favoritos e o Leicester estava lá... entre os candidatos ao rebaixamento. Sem dúvida um grande feito para este pequeno clube.

Enquanto isso, o campeonato brasileiro de futebol está prestes a iniciar. E, semelhantemente ao que aconteceu na Inglaterra, muitos analistas esportivos já estão fazendo seus prognósticos. Já apontam quem são os favoritos ao título, à libertadores e ao rebaixamento.

Particularmente, eu acho bastante estimulante imaginar quem são os favoritos. Principalmente no Brasileirão, que ao contrário do caso inglês, possui pelo menos dez times com chances de título.

Entretanto, acredito que o futuro deste equilíbrio está comprometido.
Afinal, para questões que envolvam a lucratividade, um torneio onde os prognósticos sejam tão imprevisíveis como o Campeonato Brasileiro, tornam a transmissão de partidas e a divisão dos patrocínios questões delicadas. Por esse motivo, como no caso inglês, quanto menos times tiverem condições de serem campeões, melhor será de administrar e repartir os lucros.

Assim, Rede Globo, CBF e seus parceiros (anunciantes e patrocinadores) já decidiram que apenas cinco ou no máximo seis clubes podem competir pelo título nacional.

Segundo os defensores deste modelo, o Campeonato Brasileiro de Futebol se tornaria mais atrativo para o mercado internacional. Assim, as cotas de TV para mercados como a China e o Japão seriam ampliadas, já que a popularização de poucos clubes nestes mercados facilitaria sua audiência. Ou seja, para ser lucrativo o Brasileirão não poderia ter tantos clubes nivelados.

Contudo, que critérios seriam adotados para a seleção dos tais cinco ou seis clubes que continuariam como os grandes do futebol brasileiro?

Infelizmente esta seleção já começou há algum tempo. E não se trata de uma seleção natural, isto é, definida pela força ou os méritos de um clube (títulos, importância histórica, sócios ou patrimônio).

A seleção “não natural” está sendo realizada de forma arbitrária pelos “donos” do futebol brasileiro, isto é, Rede Globo, CBF e parceiros.

E isso ocorre quando os “donos” do futebol brasileiro definem quem são os clubes que recebem as maiores cotas. Na prática, estão definindo o grupo dos clubes que desejam como os grandes do futebol brasileiro.

Afinal, como um clube que recebe da TV Globo um terço do valor que ganham Corinthians e Flamengo poderá ter chance de título na comparação com esses dois? E a tendência é que esta diferença se amplie nos próximos anos.

Entretanto, não há nada de novo neste modelo, já que foi implantado em outros países, como a Inglaterra, onde o título do Leicester foge completamente da regra. E o Brasil caminha nesta mesma direção.

Será que seu time do coração estará entre os grandes? 

Pense nisso. Afinal, pode existir alguma justiça em algo que Rede Globo e CBF decidam sozinhas?

J.Mercúrio
Ex-colorado, mas ainda um amante do futebol.

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