sexta-feira, 29 de abril de 2016

O que esperar de um possível Governo Temer: o governo de Ivo Sartori (PMDB-RS)


O que esperar de um possível governo Temer: o governo de Ivo Sartori (PMDB-RS)

Estamos na iminência de um Golpe de Estado que colocará fim no governo Dilma Rousseff. Infelizmente acredito que este quadro não seja reversível. E, para piorar, o Brasil ficará nas mãos de um novo governo do PMDB.

Mas, que tipo de governo poderemos esperar de Michael Temer?

 Como parâmetro posso apontar as iniciativas de Ivo Sartori (PMDB), governador do Rio Grande do Sul, para sair da crise econômica que o estado gaúcho está enfrentando. Dentre suas meditas estão: arroxo salarial do funcionalismo público e parcelamento de salários; inexistência de investimento em educação, segurança e saúde; e aumento de impostos.

Quanto à educação. As escolas não estão recebendo verbas básicas para merenda, limpeza e manutenção. Até abril os colégios haviam recebido apenas a parcela de janeiro, e isso só aconteceu no início deste mês.

Quanto à segurança. Desde que Sartori assumiu o governo do estado, o roubo de veículos aumentou 32%. Os assaltos aumentaram em 26,3% no mesmo período. Já os homicídios cresceram 3,5%. Para piorar, há falta de investimentos em armamentos e veículos, tornando a polícia gaúcha vulnerável aos criminosos. Soma-se a tudo isso o parcelamento dos salários dos policiais e agentes de segurança, que sequer recebem em dia.

Quanto à folha salarial. O problema não está somente nos parcelamentos dos salários. Para agravar a situação, o décimo terceiro de 2015 será pago, de forma parcelada, a partir de agosto de 2016. Sem que exista garantia de que realmente será pago.

Para completar, o governador aprovou na Assembleia gaúcha o aumento dos impostos. Medida que encareceu a sexta básica e tornou a gasolina gaúcha a mais cara do país.

Mesmo assim o governador aprovou o aumento de salário dos deputados estaduais e secretários de estado. E, claro, o seu próprio (pela segunda vez em 16 meses). Enquanto isso, respondeu aos professores que deveriam buscar o “piso” (salarial) numa loja de materiais de construção, depois, deu uma grande gargalhada.

Se compararmos o governo Sartori (PMDB) com o governo do petista Tarso Genro (2011-15), posso afirmar que em absolutamente tudo o governo atual é pior do que o anterior. 


E isso é só uma "palhinha" do que poderá ser o governo de Michel Temer como presidente do país.

Também não podemos esquecer que o PMDB já teve dois presidentes da república, José Sarney e Itamar Franco, coincidentemente (será?) nenhum dos dois foi eleito para o cargo, já que eram vice-presidentes de Tancredo Neves e Fernando Collor. Agora estamos na iminência de mais uma vez estarmos nas mãos desta corja.
J. Mercúrio
Preocupado, mas com esperança.


quarta-feira, 27 de abril de 2016

Jornal O Globo: "Apoio ao Golpe de 64 foi um erro". Será?


Jornal O Globo: “Apoio ao Golpe de 64 foi um erro”. Será?

Como qualquer bom pesquisador tenho o hábito de visitar sites de arquivos de museus, jornais e revistas. Dia desses, numa das tantas visitas ao arquivo do jornal O Globo, deparei-me com uma reportagem, datada de 31 de agosto de 2013, cujo título era “Apoio ao Golpe de 64 foi um erro”.

Segundo a reportagem, o artigo estava sendo escrito em resposta às manifestações (Junho de 2013), onde a própria matéria afirma “De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura” e completa “quando o Memória (site do arquivo do jornal) estava sendo estruturado, decidiu-se que ele seria uma excelente oportunidade para tornar pública essa avaliação interna. E um texto com o reconhecimento desse erro foi escrito para ser publicado quando o site ficasse pronto”.

Mas será que isso é verdade?

Vamos a alguns fatos. Pouco mais de um ano após o golpe que derrubou o presidente João Goulart, Roberto Marinho, dono do jornal O Globo, recebeu do governo ditatorial uma preciosa recompensa pelo apoio: uma concessão de canal de televisão. Mas não somente isso, Marinho e companhia também tiveram financiamento facilitado para fundarem seu império de telecomunicações.

Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, a sucursal gaúcha do jornal Última Hora (periódico de oposição ao Golpe) foi fechado. O maquinário e o parque gráfico do jornal formam entregues à empresários que apoiavam o regime. Pronto, estava fundado o jornal Zero Hora. Periódico que apoiou a ditadura durante anos.

A partir destes fatos podemos afirmar, sem medo de errar, que o Grupo Globo e o jornal Zero Hora devem as suas próprias existências ao regime golpista.

Mas será que havia alguma contrapartida nisso tudo? Lógico que sim.

Outra coisa, se o jornal O Globo assumiu ter errado ao apoiar o golpe, como explicar todos os benefícios que receberam deste mesmo regime? E mais, como explicar que continuou apoiando a ditadura anos depois? E o mesmo pode ser questionado sobre o Grupo RBS (donos do jornal Zero Hora).

Se “erraram” lá atrás, o que garante que hoje estão certos ao apoiarem outro Golpe de Estado?

Por tudo isso devemos nos perguntar que interesses o Grupo Globo tem no Brasil? Será que são os mesmos das classes trabalhadoras?

J. Mercúrio, 27/04/2016

 Capa de O Globo de 01 de abril de 1964.

domingo, 24 de abril de 2016

Tempos estranhos


Tempos estranhos

Vivemos numa época muito estranha. Uma época onde todos possuem opiniões sobre tudo. As redes sociais criaram uma série de entendidos de última hora. Os usuários acreditam que podem opinar sobre qualquer coisa. Mesmo sem ter ideia do que se estão falando.

Mas não é só isso. As opiniões sobre tudo são extremadas. Não há mais tempo para dúvidas ou ponderações. Não existe equilíbrio. Parece que se eu não opinar sobre um determinado assunto, eu estou por fora, não sou descolado. Preciso que "curtam" o que eu expresso. O que eu "posto" precisa de aprovação. 

Mas ao mesmo tempo parece que cada vez menos as pessoas parecem saber sobre o que estão opinando. Mesmo assim não sentem vergonha de opinar. Não tem vergonha de "curtir" coisas que entram em contradição.

Não que eu tenha algo contra a contradição. Ao contrário, acredito que a contradição é a dialética que nos faz avançar. Mas o que tenho lido por aí são contradições muito sérias. Como por exemplo um trabalhador assalariado que é favorável à ditadura. Ou alguém que é contra as drogas, mas não dorme sem suas boletas (e não esconde que as usa, e até aconselha outros com problemas para dormir à usá-las).

E é exatamente por esse motivo que resolvi aceitar o convite do HistoriaLivre.com para produzir este blog. Não que eu acredite saber alguma coisa. Pelo contrário, acredito que sei nada de coisa nenhuma. 
Mesmo assim tentarei explicar o que está ocorrendo neste mundo estranho e confuso. 

Que Deus nos ajude.

J. Mercúrio
Confuso, mas otimista.